domingo, 29 de maio de 2011

Avaliação Touareg 2012


A Volkswagen sofre com um problema crônico de imagem. Apesar de ter carros sofisticados em seu arsenal, como o Passat e o Touareg, a marca é geralmente associada a veículos populares. Diferentemente do Gol, o mais vendido do Brasil, a função de modelos como o Touareg não é alcançar grande volume de vendas. E não poderia ser, já que o utilitário parte de R$ 220.900 na versão V6 e de R$ 267.990 na V8.

O objetivo da Volks com este modelo é agregar requinte à sua imagem e ensinar suas concessionárias a vender modelos mais sofisticados. Mesmo porque, vender não é mesmo o forte do Touareg. A média nacional de vendas do modelo atual pode-se contar nos dedos: 10 unidades. Isso apesar do cenário brasileiro, onde os utilitários esportivos caem cada vez mais no gosto do consumidor.

A segunda geração do Touareg teve providenciais mudanças no visual. O novo modelo se destaca pela dianteira sintonizada com a mais recente identidade visual da marca – a mesma adotada do Fox ao Passat. Lá estão os faróis levemente angulosos integrados à grade dianteira com barras horizontais – no caso do Touareg, são utilizados leds. No para-choque dianteiro, a entrada de ar é dividida em três seções com filetes cromados.

Nas laterais, o SUV ganhou detalhes mais musculosos na carroceria e ficou mais imponente – efeito provocado em partes pelas volumosas caixas de rodas. Na traseira, as lanternas com elementos circulares saíram de cena para dar lugar a novas lentes “quadradinhas”. Já a tampa do porta-malas apresenta agora cortes mais retos e definidos e ostenta um vinco proeminente bem ao centro.

Além do visual renovado, o Touareg traz outra satisfatória novidade no conjunto mecânico. O utilitário passa agora a ser equipado com a caixa de câmbio Tiptronic de oito marchas – em substituição à antiga de seis velocidades. De resto, o modelo segue disponível com os mesmos motores da antiga geração, ambos a gasolina. O grande destaque ainda é o poderoso V8 de 4.2 litros e 360 cv. A outra opção é o motor V6 de 3.6 litros e 280 cv.

O novo Touareg passou por uma “dieta” rigorosa para melhorar um dos pontos fracos da última geração: o elevado consumo de combustível. O utilitário está 257 kg mais leve na versão V8 e 206 kg na V6. Segundo a Volkswagen, o modelo atinge um consumo médio de 8,3 km/l em ciclo combinado. A redução no consumo também foi possível pela melhora no coeficiente aerodinâmico. Este foi reduzido de 0,39 para 0,37 cx, graças às modificações nas dimensões do modelo. O Touareg está 41 mm mais longo e 17 mm mais baixo que a versão anterior. A largura aumentou 12 mm. As novas medidas são: 4,79 m de comprimento, 1,70 m de altura e 1,94 m de largura.

A lista de equipamentos tecnológicos do Touareg é recheada. O utilitário da Volks traz vários recursos interessantes, como o sistema Adaptive Cruise Control. Este trabalha em conjunto com o controle de cruzeiro e monitora a distância para o veículo à frente. O sistema acelera ou desacelera, conforme a necessidade, e pode até promover a parada total do veículo. Outro destaque é o sistema anti-rolagem.

A partir da análise do ângulo de inclinação da carroceria e da velocidade de mudança na trajetória, o sistema aciona o ABS e o sistema de tração para devolver o controle ao motorista. Já o Side Scan monitora as laterais do veículo e adverte o motorista sobre a presença de veículos no ponto cego dos espelhos por meio de leds embutidos nos retrovisores externos.

O Touareg, ainda que renovado, tem uma missão dura pela frente. É que a fila de concorrentes deste segmento está “engarrafada” de prestigiados modelos de marcas “premium”. Estão lá Mercedes Classe M, BMW X5, Volvo XC90, Audi Q7 e Porsche Cayenne. Além da concorrência de peso, o Touareg ainda esbarra em outra questão delicada: o fato de os consumidores em geral terem dificuldade de enxergar a Volkswagen como uma marca com algum requinte.

Nas concessionárias, o modelo é vendido em meio a outros carros com preço e tecnologia menores, como o Gol. Mudar uma imagem de mercado cultivada durante décadas pode não ser tão fácil quanto, simplesmente, importar produtos requintados e caros. O peso de uma logomarca localmente tão forte – que aparece no carro mais vendido do país, além de estar também em boa parte dos caminhões e ônibus – pode tornar difícil a missão de sensibilizar a elite do mercado consumidor.

Avaliação completa do Volkswagen Touareg 2012

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